Julio Chevalier: um missionário para os nossos tempos
Ao celebrarmos mais um ano da Páscoa do Pe. Julio Chevalier, sempre me vem à mente que apesar da distância do tempo que nos separa da vida desde homem, sua obra e sua herança espiritual continua a nos tocar com força e admiração. A família Chevalier, composta por congregações religiosas e leigos, vem subsistindo no tempo sendo para o mundo um lugar de testemunho do amor de Deus revelado no Coração de Cristo. Nós Missionários do Sagrado Coração, as Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração e os Leigos da Família Chevalier, temos essa grata missão de levar ao mundo esse testemunho herdado do nosso Fundador.
Como em geral acontece com os fundadores e fundadoras de comunidades religiosas, o Pe. Chevalier enfrentou tempos difíceis e conturbados no inicio de sua fundação. Dificuldades das mais diversas foram ao encontro desse homem de baixa estatura, mas um gigante espiritual. Ao dar inicio a sua família espiritual, Pe. Chevalier quis deixar como herança o amor incondicional a missão e a pregação do Evangelho, sobretudo onde as dificuldades pudessem ser maiores. Para isso seus filhos e filhas foram munidos com um carisma que se construía sob a vivência da misericórdia revelada no Coração de Cristo. Nós que herdamos esse dom, esse carisma devemos ser para o mundo aqueles que aplicariam o remédio para a salvação de todos, ou seja, o Coração de Cristo. No seu tempo, o Pe, Chevalier identificou os maiores desafios como sendo a indiferença e o egoísmo. Estas situações persistem ainda hoje, porém a elas podemos acrescentar muitos outros desafios que nos são próprios. Eis a missão herdada do nosso fundador: ser no mundo o Coração de Deus.
O fato de nossa família religiosa subsistir ate hoje, é sinal que esse Dom que foi dado ao nosso Fundador encontra eco no mundo atual. É um carisma que se atualiza, que encontra respaldo nos desafios missionários contemporâneos. Por isso podemos olhar para o Pe. Chevalier como um homem para além do seu tempo. Embora tenha vivido conforme a sua cultura, sendo um sacerdote conforme as prescrições da Igreja de sua época, ele tinha um olhar para frente, para vislumbrar a possibilidade de que sua herança espiritual e missionária pudesse atravessar o tempo e chegar a todos os rincões desse planeta. O fato da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração atualmente ser composta em sua maioria por religiosos asiáticos demonstra o quanto nosso fundador estava correto no lema que nos deu: Amado seja em toda parte o Sagrado Coração de Jesus
Fazer memória do Pe. Chevalier é recordar um homem que durante mais de 50 anos esteve a frente da uma comunidade religiosa por ele fundada e que dele herdaria esse enorme patrimônio espiritual e missionário. Pe. Chevalier viveu para Deus, viveu no amor ao Sagrado Coração de forma leal e sobretudo sendo fiel os conselhos evangélicos que ele professou. Foi um homem de oração intensa, de Pastoral e de atendimento ao povo e de cuidado paternal com seus filhos e filhas espirituais. Viveu pobre e morreu pobre. Quem o conheceu pessoalmente deixou-nos testemunhos que Pe. Chevalier era um Santo. Não duvidamos disso, afinal “pelo fruto se conhece a árvore”.
Pe. Alex Sandro Sudré msc