“Júlio Chevalier, um homem de coração ardente”
FAMÍLIA CHEVALIER EM FESTA
ABERTURA DO BICENTENÁRIO DO PADRE JÚLIO CHEVALIER
15.03.2023
Neste ano de 2023, em preparação ao Bicentenário do Padre Chevalier, somos motivados a revisitar a sua vida, espiritualidade e missão, lançando um olhar retrospectivo para as suas origens, para o seu lugar natalício e existencial, a partir do qual começou a ser gestado o sonho de fazer amado e conhecido, em toda parte, o Sagrado Coração de Jesus.
O nascimento do Padre Júlio Chevalier, em 15 de Março de 1824, em Richilieu, França, trazia consigo as sementes de algo grandioso a ser vislumbrado e realizado no futuro. Olhando para aquele dia natalício, a partir do contexto de uma França, ainda profundamente marcada pelas consequências desastrosas das grandes revoluções pelas quais passara, dentre elas, a profunda pobreza de sua população, podemos nos perguntar: “O que seria daquela criança, nascida no seio de uma família muito pobre, que mal tinha o necessário para sobreviver?” Que futuro poderia ter? Pois bem, como bem disse o próprio Chevalier no futuro, “quando Deus quer uma obra, os obstáculos são meios”. E, de fato, desde a sua mais tenra idade, parece ter sido sustentado por essa convicção de que os obstáculos abriam caminhos e portas à sua frente, fortalecendo, ainda mais, a sua entrega e confiança em Deus. Era como se tudo fosse realizável para ele, e as dificuldades pareciam ser o seu gás, isto é, aquela faísca que fazia o seu coração arder.
Hoje, eu diria, olhando pelo prisma da inteligência emocional, que o Padre Júlio Chevalier sabia gerir bem as suas emoções, mantendo a paciência e o equilíbrio necessários para enxergar “a boa sorte em tudo”, até mesmo nos grandes embates, contradições, perseguições, incompreensões, etc. Portanto, em sua vida e missão, nada foi sorte, tudo foi fruto da sua total entrega e confiança em Deus, bem como, fruto de sua persistência e perspicácia para ver possibilidades, até mesmo naquilo que parecia ser irrealizável aos olhos externos. Essa sua postura lhe trazia a boa sorte! Diríamos hoje: “o Padre Chevalier tinha um bom faro”, porém, não como “esperteza” de quem queria tirar proveito de tudo e de todos, mas como alguém que vivendo a partir de sua fé e confiança em Deus, conseguia enxergar luzes e horizontes que o Senhor lhe abria à frente. Ele vivia não a partir da rigidez do fazer tudo “como manda o figurino”, mas a partir da sua fé e de sua incansável doação, esquecendo-se de si mesmo, para que o seu projeto de ajudar as pessoas a se sentirem amadas por Deus acontecesse. Ele não possuía grandes reflexões sobre espiritualidade do Coração de Jesus como temos hoje, mas tão simplesmente, a certeza de que Deus o amava com um coração humano e, por isso, também devia amar a todos, sem distinção, especialmente os mais pobres e vulneráveis, fazendo-os se sentirem acolhidos, valorizados e amados por Deus.
Com essa minha simples reflexão, porém plena de convicção, caros irmãos e irmãs, convido a todos nós, a nos confrontarmos com as origens, a vida, a espiritualidade e a missão do Padre Chevalier. Até que ponto, estamos vivendo a partir de seu legado, do seu projeto missionário?
Além disso, convido a todos e a todas a celebrar em espirito de unidade e comunhão, como Família Chevalier, a abertura do Bicentenário, no dia 15 de Março, no Santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Vila Formosa, São Paulo, às 19h30min. Quem não puder estar presente, dada às distâncias geográficas, celebre, de alguma forma, com sua comunidade religiosa e paróquia! O importante é que nos sintamos todos partícipes deste período jubilar, que se iniciará com esta celebração de abertura e se encerará no dia 15 de Março de 2024, com uma grande celebração, no Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, SP.
Abraço fraterno!
- Luís Carlos Araújo Moraes, mSC.
Superior Provincial
Província de São Paulo