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Artigos › 21/01/2022

Culto de Amor

Senhor Jesus Cristo, ensina-nos a ser mansos e humildes de coração para amarmos nossos irmãos como tu nos amas e transformar nossa vida numa contínua entrega aos irmãos. Queremos, hoje, viver intensamente essa doação a serviço de nossa comunidade. Em união com a Virgem, nossa Mãe, nós te pedimos especialmente pelo Papa, pelos Bispos, Sacerdotes e Missionários, que são chamados a unir todos as pessoas no amor.

Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, tem compaixão de nós!

Para os membros da família Chevalier e seus associados, a semana de trabalho começa sempre com a oração do “Culto de Amor”. É interessante iniciar com um “culto de amor” aquilo que será realizado através das lutas diárias, da semana cansativa, o cansaço da vida muitas vezes sofrida e conflitiva. Em todos os momentos, mas, sobretudo nestes, é que provamos ou não, se o amor está presente em nossa vida. Dar testemunho de que somos amados por Cristo e queremos amar com o mesmo amor que recebemos Dele, o nosso semelhante. É na fidelidade diária que comprovamos o que somos, cremos e amamos.

Pela nossa consagração ao Coração de Jesus, desejamos amar como Ele amou, embora saibamos que somos fracos, limitados, incapazes de amar como Jesus nos ensinou em seu evangelho. Cada um traz dentro de si uma têmpera diferente, que muitas vezes nos afasta do amor.

O Culto é uma forma de devoção, mas aqui, ele não é apenas devoção; sendo rezado toda semana, ele vai se transformando em espiritualidade. Espiritualidade, diz Dalai Lama, “é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”. Vamos colocando em prática aquilo que Jesus praticou: o amor.  Por isso, pedimos ao Senhor Jesus que nos ensine amar como ele nos ama. O amor de Jesus foi realizado numa profunda entrega para a salvação das pessoas, um coração completamente aberto, de onde saiu até a última gota de sangue e água (Jo, 19,34).

Por isso, que pedimos para sermos mansos e humildes de coração, a fim de colocarmos a nossa vida numa contínua entrega aos irmãos. Ser manso e humilde de coração é não ser senhor de si, mas dar espaço para que Deus realize em nós a sua plena vontade.

São interessantes algumas expressões simples, mas profundas de nosso culto e que às vezes nem percebemos ao rezarmos:

  1. a)    “transformar” nossa vida: transformar signifíca, levar a vida a ser aquilo que ainda não o é. E neste caso, levar a vida a ser dom para os outros.
    b)     “contínua” entrega: significando, a todo momento. Um desafio e um projeto de vida para cada cristão. Não só nos momentos felizes, ou de disposição, mas um amor continuado, como é o amor de Deus por nós. Independente de que estejamos trabalhando, sofrendo, pecando ou amando, o amor de Deus permanece e continua em nós, pois ele foi derramado em nossos corações.
    c)    “entrega” aos irmãos: doação total. Aqui aparecem as palavras da consagração da missa. Ouvimos sempre a expressão, Isto é o meu corpo, Isto é o meu sangue, que será “entregue” por vós (Cor. 11,23-25). A nossa eucaristia já começa com o culto da manhã. Entregar, significando que a vida não mais me pertence, mas pertence àqueles que eu entreguei pela minha consagração. Resultado do amor de total doação.

A segunda parte do culto, expressa um contrato comunitário para o dia. Queremos, hoje, viver intensamente essa doação a serviço da nossa comunidade. Não viver pela metade, mas intensamente. Desde a filosofia, ficou marcada em mim a expressão, “a metade escraviza, e o todo liberta”. Pela oração, sou chamado a viver intensamente a doação.

A comunidade é a mediação e o lugar onde devo manifestar o meu amor. Creio que começamos a viver essa doação na comunidade interna, até chegarmos a viver essa doação a toda comunidade humana.

Na Virgem Maria, nossa mãe, está presente o modelo de amor e a proteção materna. E pedimos a ela que nos ensine e ajude a amar. Especialmente aqueles que têm a missão de ser o sinal de amor para a Igreja, o Papa, os Bispos, os Sacerdotes e Missionários.

Ao iniciando a nossa semana de trabalho, lembremos sempre, que amar é a missão de cada momento da nossa vida. E em oração, façamos a experiência do amor de Deus.

São Paulo nos ensina que dentro de cada pessoa há um paradoxo – “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero” (Rom, 7, 15-25). Conscientes de nossa fraqueza – rezamos: que o coração de Jesus, cheio de bondade e amor, tenha compaixão de nós.

Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC

Bispo Diocesano de Registro

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