Cristo é a nossa Paz: do que era dividido fez uma unidade (Ef 2.14 a)
Este ano a Campanha da Fraternidade tematizou a nossa Quaresma com o lema acima citado. O tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” nos lança em mais uma CF Ecumênica, ou seja, compartilhada com entidades e outras igrejas cristãs compromissadas com o diálogo e o respeito mútuo. A primeira CF ecumênica foi no ano 2000. Na virada do milênio a Igreja se uniu em oração e ação aos demais cristãos de boa vontade para pavimentar uma nova idéia de respeito e diálogo entre os cristãos. De lá para cá muito frutos foram colhidos, e ainda muito há que ser semeado.
Neste ano nossos olhares e corações se voltam para a construção da Paz. Os cristãos se querem ser fieis ao seu mestre, devem se empenhar em construir uma cultura de paz: “bem aventurados os que constroem a paz porque serão chamados filhos de Deus ( Mt 5,9). Essa construção não é serviço de uma cultura ou de uma única religião. Todos querem e sonham com a paz. No entanto vemos florescer nestes tempos difíceis uma cultura da morte, do ódio e de guerra. Posturas que ferem os direitos humanos elementares, são muitas vezes exaltadas inclusive dentro de nossas igrejas. Sistemas opressores, políticas de morte e de discriminação são tratadas como mediação para impor a cultura do desrespeito e do sofrimento.
A CF desse ano traz para a pauta de nossas comunidades a necessária e urgente revisão de nossas posturas políticas e eclesiais. Temos muitas boas possibilidades de construir caminhos de Justiça e paz, com responsabilidade e comprometimento. O cristão não pode se vender a um falso evangelho que prega a prosperidade a qualquer preço. Não podemos nos omitir quando a Paz corre o risco de ser vencida pelo ódio. Apesar da CF ter seu momento mais alto de reflexão durante a Quaresma, nossa fé, no entanto nos convida a discuti-la durante todo o ano. A reflexão do tema desse ano deve se fazer presente todo o ano e de preferência toda a vida. Afinal construir a paz unidos a todo homem e toda mulher de boa vontade é o princípio básico do Ecumenismo, cujos frutos se conhecem quando o mundo renega o ódio e se alegra na construção da Paz.