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Artigos › 02/06/2021

Corpus Christi

“Quem comer deste pão viverá eternamente!”

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo remonta a ao ano de 1264, quando o Papa Urbano IV, motivado pelo milagre eucarístico ocorrido na cidade italiana de Bolsena e pela festa dedicada a eucaristia celebrada na Diocese de Liége, Bélgica, instituiu esta celebração para toda a Igreja através da Bula Transiturus de hoc mundo ad Patrem. A respeito desses dois motivos que estão na origem do dia de Corpus Christi, sabe-se que o milagre aconteceu na Igreja de Santa Cristina na cidade acima citada numa Eucaristia presidida pelo sacerdote Pedro de Praga, um homem piedoso, mas que duvidava da presença real Cristo sob as aparências sensíveis do pão e do vinho. O milagre é descrito nestes termos: no exato momento em que foram pronunciadas as palavras da consagração, apareceu na hóstia uma carne verdadeira banhada em sangue. E, em Liége, a celebração começou em função das visões da Ir. Juliana de Cornion, nas quais o próprio Cristo pedia que o mistério da Eucaristia fosse celebrado de modo mais solene.

Esses dois relatos apresentados fazem-nos refletir sobre o sentido do sacrifício eucarístico e sua centralidade na vida cristã, uma vez que não resta dúvida da presença real de Jesus neste sacramento. Nesse sentido, uma reflexão oportuna será na perspectiva da aliança que Cristo fez com sua Igreja, a qual se atualiza em cada eucaristia celebrada. Ela nos faz recordar da fidelidade do próprio Deus e evidencia três aspectos presentes no gesto de seu Filho ao instituir a Eucaristia, a saber: doação, gratuidade e amor. Essa tríade implica no compromisso que cada fiel assume ao comungar do Corpo e Sangue de Jesus, pois são essas ações que nos identificarão como seguidores de Cristo.

Nessa ótica, a Eucaristia é um alimento que liberta o íntimo da pessoa, isto é, todo o seu ser passa por um a transformação. Como diz o texto da carta ao Hebreus proposto para esta Solenidade: “o Sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas, para servimos ao Deus vivo” (Hb 9,14). Sendo assim, a pessoa transformada passa a servir. E, só consegue servir no sentido cristão, quem passou por esta transformação interior. O cristão deve assumir de tal forma essa mudança passando a reproduzir a vida que emana da Eucaristia. Tal atitude vai nos trazer liberdade porque mostrará que nossa vida está pautada neste mistério de fé.

Portanto, a eucaristia é a nossa referência. Ela nos ajuda a enfrentar as situações da vida, a partir de uma consciência nova. O cristão que tem consciência da importância do sacrifício eucarístico, sabe que o fim de seus dias será o coroamento da fidelidade a Cristo. Aqui, reside a esperança cristã, tão necessária no nosso tempo: tempo de pandemia que gerou um mundo de angústia muito grande causada por uma avalanche de informações, muitas vezes, sem nexo fazendo com que as pessoas se fechem ou mergulhem nesse universo de opiniões. O que devemos fazer? Ter critério. A Eucaristia é nosso critério, pois ela não é mais uma opinião, mas vida plena.

Ir. Rosenildo, MSC

Missionário em Santa Helena, MA

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