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Artigos › 19/03/2023

A vocação paterna de São José

A iniciativa do chamado a uma determinada vocação é sempre de Deus, no entanto Ele chama e respeita a liberdade de cada pessoa. É interessante como o chamado vai acontecendo de forma sutil na vida do ser humano. Foi exatamente o que aconteceu com São José, pois estava noive de Maria, quando sentiu o chamado de Deus em sua vida para ser pai, e não seria qualquer pai, mas o pai de coração do filho de Deus.

Com certeza, antes deste chamado na vida de José, ele sonhou e planejou como seria seu matrimônio com Maria, a construção da casa, os filhos e a partilha de vida com sua amada, mas tudo isso seguiu outro caminho. Porque o chamado de Deus na vida de José foi incisivo, ser pai adotivo ou de coração do filho de Deus. Portanto, José é chamado a abrir mão de um sonho pessoal, para que o projeto de Deus se torne presente em sua vida.

Como José conseguiu superar todo este acontecimento em sua vida? Porque ocorreu uma mudança extraordinária, em seus planos em relação ao matrimônio com Maria. Tanto é que surgiram os questionamentos em relação à gravidez, e José até pensou em “denunciá-la publicamente”, mas “resolveu repudiá-la em segredo” (Mt 1,19). Avisado em sonho pelo anjo “José, ao despertar do sono, agiu conforme o anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher” (Mt 1,24).

José acolheu Maria e Jesus em sua vida sem colocar condições prévias. Confia nas palavras do anjo e a graça de Deus tornou-se presente em sua vida.

Existe um ditado popular que diz o seguinte: ninguém nasce pai, mas pode se tornar pai. São José é esse tipo de pai, porque acolheu a mãe e a criança e lhes ofereceu cuidados e proteção com muito amor e carinho.

Por isso, pouco importa se você é pai biológico, pai é aquele que cuidar e educa com amor e carinho como fez São José. Assumiu a paternidade do filho de Deus, enfrentou e superou as dificuldades protegendo a criança das ciladas da vida sem murmurações.

São José foi aquele pai presente na vida de Jesus em todos os momentos, desde a concepção até a viagem para a Belém, quando foi fazer o recenseamento e “Maria deu a luz seu filho primogênito” como não havia lugar na hospedagem, “envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura” (Lc 2,7). Nesta hora, José usou da criatividade de pai, procurando oferecer o mínimo de conforto e dignidade na hora do parto para Maria e a criança que nasceu num curral.

São José foi um pai cheio de qualidades, pois protegeu e zelou pela vida de Jesus e Maria com todo cuidado. Avisado em sonho pelo anjo que o menino corria perigo não pensou duas vezes. “Toma o menino e sua mãe e foge para o Egito” (Mt 2,13). Deve ter sido outro momento de tensão na vida do casal, porque tinham que recomeçar suas vidas em país desconhecido.

Procurar casa para morar, trabalho, fazer novas amizades e tantas outras coisas. Quando estavam estabilizados no Egito chegou à hora de voltar para Israel, mas quando soube “que Arquelau era rei na Judéia em lugar de Herodes teve medo de ir para lá […]. Partiu para região da Galiléia e foi morar numa cidade chamada Nazaré” (Mt 2,22-23).

São José tinha todos os motivos da vida para ser uma pessoa amarga, triste e frustrada, pois Deus interferiu de forma radical em seus planos, só que essa interferência não paralisou a vida de José, pois mesmo não sendo pai biológico de Jesus foi um pai criativo, dinâmico, trabalhador, fiel e corajoso.  Consegui enfrentar as dificuldades da vida e ao mesmo tempo levou conforto, carinho e amor para Jesus e Maria.

A vida de São José tornou-se modelo e inspiração na história da Igreja e de nossas famílias, pois foi um pai amoroso em todas as circunstâncias da vida de Jesus.

No Coração de Jesus,

Pe. Sandro Rogério dos Santos, MSC

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